SONETOS - Quatro anos, cinquenta sonetos.

Escrevi setenta sonetos em quatro anos, eliminei certa parte e, em 2006, publiquei cinquenta.
Vários leitores, curiosos e outros indagaram-me a respeito da feitura dos sonetos e também dos motivos que levaram-me a produzi-los.
Este espaço pré-existia ao lançamento do livro e tornou-se então o lugar ideal para a satisfação dos leitores mais afoitos.
Há uma possibilidade gigantesca de eu voltar a produzir neste formato encantador e em desuso. Justamente este: o desuso, é o aspecto que mais encanta-me na literatura.

Forte abraço.

Marcelo Finholdt - março de 2010

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

SONETO VI






Capitão é um poeta à procura de Iara.
Lá da proa ele avista a menina de aquário,
Acelera e comanda o mais belo corsário,
E com a bela menina ele então se depara!

Bem à frente ele vê o que se vê cara a cara,

E o mais belo poema aparece ao diário,
A menina não vê de onde ele é originário,
Logo após bem entende e sua mente se aclara,

Pois Iara é serena e tem nome Moreno!

Capitão reconhece o que é belo ao remar,
Vai remando no dia e escrevendo ao sereno...

Capitão é um poeta existente no mar,

Aprecia a beleza e com vinho chileno,
Faz poesia pra Iara a ele mesmo encantar...


Temas Marinhos


Pense em estar cara a cara com Iara Moreno... é mesmo preciso estar para compreender a simplicidade deste soneto, pois o verde que os olhos da menina exprimem, juntamente ao semblante sereno, tranqüilo e muito bonito, um fascínio.

Iara, contralto de um coral que fiz parte, olhos bem verdes, pele clara, cabelos castanhos-escuros. Vestia-se constantemente em cem roupas de cor azul-clara, clarinha... aquilo prendia mais ainda a atenção, mas faltava formatar, identificar o estilo daquela tênue beleza. Faltava algum elemento, faltava algo, algo para fazer vir à tona o que inconscientemente vi.



Veio, enfim, a gota.


Num fim de tarde, horário de verão, “eu estava a navegar” de porteiro de teatro, esperava o início de um dos ensaios do coral que fazíamos parte, quando, num repente, surge um carro branco feito neve.


Era! eram as cores, os olhos. Eram os mares, os céus. Enfim: tudo e nada ao mesmo tempo... era... a ponte. Era simplesmente humano.

Assim, o soneto desenrola-se em alto-mar. Um mar verde, um céu azul, e atrás, atrás desse mar, uma grande gel[ad]eira branca, sendo derretida pelo calor. Frente ao mar: o corsário (a varanda do teatro) e Capitão derretendo-se , apenas... por estar cara a cara com Iara.

Iara Moreno. Uma beleza das águas... estilo, Iemanjá, talvez aquariana...



Agradecimentos a amiga Nadime Igniçõõõõões Capriolli’S, ScapafarpasSsS, Cannelones, Lapis’práellasSsSsSsSs, por, amavelmente, ter apresentado-me ao Sr. ORKUT. D’onde “revi” Iara Moreno, (entre outros maravilhosos seres), após séculos de poesias, sonetos, baratas, notas, prêmios banais, e, porque não: Alguns meros e novos receios e recreios.


Agradecimentos ao amigo PIRATA DO UNIVERSO, Matheus, o cara,

(de Aroeira, óbviamente), pelo incentivo à escrita.

Marcelo Finholdt – Nalgum mês de 20.000

mfinholdt@ig.com.br


Um comentário:

  1. Marcelo, impecável o aspecto formal dos seus poemas, e legal e interessante sua preferência pelos alexandrinas, visto que é uma forma meio evitada há um bom tempo, pelas pessoas o considerarem seu ritmo enjoativo e/ou enfadonho... Sei lá, pra mim, quaqluer coisa bem feita, como é o caso, fica bem interessante! Mas é isso então, meu caro, continue na labuta poética! Abração do Pinto!

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